Pré-candidatos esquecem o essencial: propostas para a cidade!

Pré-candidatos a prefeito de Vargem Grande do Sul concederam entrevistas à Rádio Prata FM, nesta semana, abordando suas perspectivas de como está o cenário atual da cidade e as ideias que colocarão em pratica se forem eleitos. Hélio Magalhães, Celso Ribeiro e Celso Itaroti foram os entrevistados pelo jornalista Hamilton Reis.

Faltaram propostas a serem apresentadas, algo essencial. Os pré-candidatos focaram em falar de saúde e educação, mas com poucas pautas específicas relacionadas a esses temas. Deram poucos exemplos.

A entrevista de Hélio Magalhães foi tímida. O atual vereador e ex-policial não aprofundou em muitos assuntos. Entretanto, mostrou ser conhecedor de segurança pública, aproveitando sua experiência na antiga profissão. Apontou bons aspectos que podem melhorar na cidade em relação a segurança. Na saúde, criticou a falta de integração entre hospital e Posto de Pronto Atendimento (PPA).

Celso Ribeiro foi o candidato que demonstrou mais nervosismo e insegurança nas respostas. Por outro lado, mostrou que conhece administração pública, também trazendo a experiência de já ter sido prefeito da cidade.

Por fim, Celso Itaroti, que foi firme em suas respostas, transmitindo segurança no que falava. Também já foi prefeito e tem conhecimento na área pública. Quando falou de seus processos enquanto chefe do executivo, alegou que foram seus opositores os responsáveis por eles e que tudo se trata de perseguição política. Isso levou um ar de “vitimismo”.

Veja abaixo as análises, resumos e frases das três entrevistas:

Hélio Magalhães

Hélio Magalhães em entrevista à Prata FM (Foto: Reprodução/Prata FM)

Do Partido Liberado (PL), é ex-policial e atual vereador. Se considera de direita. Seu vice na pré-candidatura é o Pastor Juliano.

Decidiu ser pré-candidato por querer fazer mais pela cidade. "Enxerguei a possibilidade de fazer algo a mais por Vargem Grande do Sul". Na entrevista, enfatizou que saúde, educação e segurança serão suas prioridades.

Entende que a Guarda Civil Municipal pode ser aumentada no número do efetivo. Segundo ele, os GCMs poderiam trabalhar nas escolas do município, dando mais segurança aos alunos. Como uma visão geral no país, mas trazendo também pra cidade, disse que "hoje, a gente vive uma situação caótica com relação a segurança, inclusive nas escolas".

Ainda destacou que o número de PMs é defasado em Vargem e que a cidade precisa de mais policiais.

Pra encerrar o assunto segurança, uma ação em que ele se orgulha de ter feito como vereador foi uma indicação pra realização da atividade delegada da PM para que os policiais de folga trabalhem nesse dia sendo pagos pela prefeitura.

Sobre a atual gestão de Amarildo e Celso Ribeiro, o pré-candidato explanou: "Boa! Porém, já passou da hora da gente renovar".

Mas, na saúde, não faltaram críticas pra gestão e diretora. Segundo o pré-candidato, o transporte de pacientes e os atendimentos nas unidades são deficitários. "A saúde em Vargem Grande do Sul poderia melhorar. E muito!".

Magalhães enfatizou que a população cobra para que "tenha um diretor de saúde que se dedique de forma fiel e que tenha autonomia pra que atenda todo os anseios da sociedade".

O atendimento no PPA e Hospital de Caridade preocupa. O vereador comentou que não há interação ou integração dos dois locais. "Muitas das reclamações são de que as pessoas vão ao PPA e precisam ser encaminhadas ao hospital e esse encaminhamento não é realizado", disse Magalhães.

Na Câmara, o reajuste de salários de vereadores e prefeito foi uma pauta recente e polêmica. Magalhães votou contra o reajuste para o legislativo, entendendo que não era o momento. Mas, votou a favor do aumento para o chefe do executivo. "O prefeito tem que ganhar um algo a mais ou um salário condizente pra que não tenha desvio de conduta", comentou.

Pra encerrar, voltou a dizer quais são suas prioridades. "São coisas óbvias que você tem a obrigação de melhorar a cada dia". Também tem o desejo de atrair novas empresas, cursos profissionalizantes e uma faculdade.

Foi uma tímida entrevista em temas gerais da cidade, mas mostrando-se conhecedor quando se trata de segurança pública.

Celso Ribeiro

Celso Ribeiro em entrevista à Prata FM (Foto: Reprodução/Prata FM)

É do Republicanos e foi prefeito de Vargem entre 2001 e 2008. Atualmente, é vice de Amarildo. Seu vice será Guilherme Nicolau, que desistiu da pré-candidatura para prefeito. "Guilherme entendeu que a divisão entre eu e ele era prejudicial pra Vargem Grande do Sul".

Celso contou querer voltar à prefeitura porque ama a cidade e tem certeza que pode fazer muito mais coisas do que fez. “As pessoas na rua me pedem pra voltar”.

Se considera de direita. “Sou capitalista, democrata e humanista”.

Falou de valores financeiros destinados à saúde, destacando o aumento de repasses para a Santa Casa, comparando a gestão de Celso Itaroti com a do atual governo.

Ribeiro deve seguir a gestão de Amarildo que considera boa. Mas, enfatiza: "onde tiver problemas, vamos estar lá pra corrigir".

Ficou desconfortável com a questão do piso dos professores e disse que o assunto deve ser debatido com a classe. "Eu sou simpático a esse direito".

Perguntando se é a favor de nepotismo, o ex-prefeito relatou que a pergunta é porque sua irmã é diretora do departamento de cultura. Ele não respondeu se é a favor ou contra, mas disse que sua irmã é técnica e competente para a função.

Contou de feitos de sua gestão, como a Etec de Vargem, destacando que quer investir em novos cursos e empresas para a cidade para que esses alunos possam trabalhar no município.

Para finalizar, tentou transmitir sua integridade e honestidade com a frase. "Eu sou ficha limpa e assim vou ser a minha vida toda".

Celso Itaroti

Celso Itaroti em entrevista à Prata FM (Foto: Reprodução/Prata FM)

É do Partido Social Democrático (PSD). Também foi prefeito entre 2013 e 2016. Considera-se de direita-centro, mas com bom diálogo com a esquerda. José Carlos Rossi deve ser seu vice na chapa. Entretanto, o martelo não está batido. "Sentamos pra conversar".

Saúde e educação são as principais preocupações do ex-prefeito. Em sua gestão, destacou que fez três Unidades Básicas de Saúde e a UPA, Unidade de Pronto Atendimento. Sobre fechamento da UPA, onde foram apontadas algumas irregularidades, falou que foram atos políticos da oposição. Se eleito, irá reabri-la. "Infelizmente, fechou a UPA. Sou pré-candidato. Se um dia eu tiver lá [como prefeito], abro no outro dia".

Sobre os processos por improbidade. "Foi tudo montado", disse. "Tenho minha consciência tranquila", contou.

Nas respostas sobre seus processos, há a percepção de que todos eles foram por atos políticos de seus opositores. O político tentou transmitir para o ouvinte de que ele não teria errado em nenhum dos casos.

Ainda há processos em aberto. Garantiu que é inocente e que os adversários na eleição deste ano tentarão impugnar sua candidatura. "Tão fazendo de tudo pra eu não ser candidato".

Celso Ribeiro disse em entrevista à Prata que os repasses à Santa Casa aumentaram na gestão de Amarildo. Itaroti respondeu dizendo que na sua época, o orçamento do município era menor e que atualmente o valor do orçamento do município é maior. "Pega um carro, [veja] quanto custava [naquela época] e quanto custa hoje", exemplificou.

Itaroti é oposição a Amarildo, mas destacou não fazer politicagem. Disse que na Câmara, fez mais de 700 procedimentos, entre indicações, projetos de lei e requerimentos. "Cobro o que está errado. Não faço o que fizeram comigo".

Piso dos professores é um tema que gera muita discussão no município. O político garantiu que se for eleito, os professores terão o salário de direito. "Eu pago! É direito do professor”.

Destacou que na época em que era prefeito implantou o sistema Anglo de ensino, que segundo ele, foi um sucesso, chamando atenção de outros municípios. Para o pré-candidato, um sistema como esse, precisa voltar.

Outra pauta que enfatizou é que a cidade também necessita de casas populares. E na saúde, deseja uma pessoa capacitada que faça o setor funcionar.